Entre as autoridades que tiveram o privilégio de discursar durante a cerimônia de abertura da Abav Expo 2017, na manhã desta quarta-feira (27), estava o presidente da Embratur, Vinicius Lummertz, que abordou temas polêmicos de primordiais para o desenvolvimento do turismo nacional. De acordo com Lummertz, atualmente o governo não fala a mesma língua que o setor turístico e que é preciso cobrar de forma enérgica o desenvolvimento do setor.
“Atualmente, o turismo brasileiro representa 3,7% do PIB, mas este número chega a 10% quando outros serviços ligados ao nosso setor estão incluídos. Somos uma economia forte internamente, mas não tão forte externamente. O Turismo, por exemplo é o quinto item da balança exportadora do Brasil e podemos ajudar cada vez mais a economia”, disse Lummertz. “A pressão que a Magda Nassar fez ao ministro do Turismo, no começo da cerimônia, é bom. Precisamos trabalhar com pressão e ter novas ideias, só que o estado atrapalha em todos os níveis”.
Lummertz ainda fez uma comparação inteligente. “De acordo com Guilherme Paulus, um resort no Brasil demora 12 anos para ser construído, enquanto uma marina em Miami demora 90 dias para estar pronta. E neste ponto não há diálogo com o governo. Precisamos cobrar cada vez mais para desenvolver nosso potencial. O Brasil é desejado, as pessoas querem investir, temos o maior potencial turístico do planeta, mas quando olhamos as condições de investimento estamos em último da lista”, disse o presidente.
E neste sentido, de acordo com Lummertz, as reformas propostas pelo governo federal precisam acontecer para trazer uma maior liberdade para trabalhar e desenvolver o setor como um todo. “Queremos poder fazer, mas não de mãos atadas. Precisamos conquistar a classe política se quisermos ser verdadeiros empresários democratas, e deste modo temos que jogar este jogo”, disse.
O presidente da Embratur ainda comentou a importância da realização da Abav Expo, mesmo nesta era digital. “A Abav é um grande encontro. É importante que nós tenhamos um grande evento porque juntos mostramos nosso tamanho. Eu afirmo que as feiras continuam sendo vitais mesmo com a era digital, porque é importantre demais encontrar as pessoas que fazem o turismo”, finalizou.
Fonte: Mercado & Eventos